Nesses últimos meses, praticamente três meses de enchente no RS, fomos parte de uma grande história, principalmente no que se trata do protagonismo de mulheres.
Entendíamos nossos processos como lideranças femininas, pois achávamos que essa nomenclatura se referia apenas a empresas privadas. No entanto, quando a enchente chegou, vivemos uma experiência que, embora dolorosa, foi muito gratificante e que nos honra muito pela união das mulheres.
Criamos, a nosso ver, um governo paralelo feminino, pois tudo que conseguimos veio através de uma mulher. Foi uma mulher que articulou nossa sede, nosso furgão, diversas doações. Carregamos toneladas em caminhões, mapeamos, criamos estratégias e rotas, caminhamos juntas, oferecemos auxílio psicológico, cozinhamos, prestamos assistência jurídica e, por ser um trabalho com finalidade social, executamos tarefas que geralmente são responsabilidade dos estados no cuidado das minorias.
A liderança feminina foi um marco em todos os espaços, e isso não exclui os homens que também se fizeram presentes nas ações, mas que foram conduzidas por líderes de diversas áreas que compraram brigas, se posicionaram e usaram suas redes para ampliar toda a ajuda necessária.
Somos uma governança feminina porque estamos atuando diretamente com todos os órgãos institucionais, públicos e privados, e só mulheres têm esse poder de gestão de fazer isso sem necessidade de acordos que contrariem seus valores e princípios.
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